2014

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terça-feira, 3 de maio de 2011

O funk como patrimônio cultural

O Brasil não muda. A cultura do pobre, do negro é sempre criminosa, errada, ilegal. Aliás, nada disso: o pobre nem mesmo tem cultura.

No século XIX, a capoeira era proibida pelas autoridades por ser considerada celeiro de crimes e prática bárbara de negros boçais.

No século XXI, a Polícia Militar do Rio de Janeiro proibiu a realização de bailes funk em diversas favelas da cidade, uma das principais manifestações culturais da juventude carente.

O funk é hoje uma das maiores manifestações culturais de massa do nosso país e está diretamente relacionado aos estilos de vida e experiências da juventude de periferias e favelas. Além disso, o funk promove algo raro em nossa sociedade atualmente que é a aproximação entre classes sociais diferentes, entre asfalto e favela, estabelecendo vínculos culturais muito importantes, sobretudo em tempos de criminalização da pobreza.

Como o Brasil é, legalmente, uma democracia e ainda não se pode censurar práticas culturais. Inventaram que era "por motivos de segurança"proibir os bailes funk. Como o Brasil é, legalmente, uma democracia e os "favelados" votam. Rapidamente conseguiram que seus deputados decretassem o funk patrimônio cultural do estado, mesmo ainda sendo muito criticado pela alta sociedade que pensa que cultura é só assistir e ouvir ópera.

Há funks com letras mais "light" que foram feitos para dançar, mas também existe funks que extrapolam na letra fazendo apologia ao crime. Porém, ainda sou a favor de chamar o funk de cultura.

Alunos: Felipe J. e Max Roger

Um comentário:

Renata Targino disse...

Peralá!!! Eu sou pobre E tenho cultura!!