2014

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sexta-feira, 27 de março de 2009

Dobradinha: LIteratura e Cinema no Oscar 2009

Neste ano, o Oscar mostrou mais uma vez que a literatura é rica fonte para o cinema. O grande vencedor, Quem Quer Ser um Milionário?, foi baseado no livro Sua Resposta Vale um Bilhão (Q & A), do indiano Vikas Swarup. Lançado no Brasil em 2006, passou quase despercebido, mas agora, oito Oscars depois, o livro ganhou nova capa e as vitrines das livrarias. O thriller urbano conta como o finalista de um quiz show na TV que está a um passo de ganhar o prêmio total é acusado de fraude pelos produtores e tem de explicar como sabia as respostas certas. Mais do que conhecimento, Ram Mohammad Thomas teve sorte, o que o leitor comprova ao acompanhar as experiências pelas quais o rapaz pobre passou.

O Curioso Caso de Benjamin Button (The Curious Case of Benjamin Button), indicado em 13 categorias, mas vencedor em apenas três, foi inspirado no conto de mesmo nome escrito por F. Scott Fitzgerald em 1921. A história sobre o homem que nasce velho e “enjuvenesce” ao longo da vida é, no mínimo, intrigante. A experiência de assistir ao filme tem sido comparada a uma epifania. Bom, sobre isso nada sei, mas Fitzgerald é um excelente observador da condição humana e nesse conto não é diferente. O autor conversa com o leitor o tempo todo, em um tom cômico e elegante que é delicioso de ler. Além do cinema, o conto também foi adaptado para os quadrinhos.

Em O Leitor (Der Vorleser), porém, o clima é bastante diferente. Em vez do tom de fábula presente em Benjamin Button, o livro de Bernhard Schlink trata de dois temas complicados, mas em diferentes proporções: o Holocausto e o primeiro amor de um rapaz. A atuação de Kate Winslet como a alemã Hannah lhe valeu o prêmio de melhor atriz (o único que o filme ganhou, apesar das cinco indicações), embora o longa tenha sido recriminado por supostamente pregar que até os nazistas têm um lado humano. No Brasil, o romance foi primeiro publicado pela Nova Fronteira em 1998, mas foi a reedição da Record que entrou na lista dos mais vendidos no Brasil em fevereiro.

De todos os livros que inspiraram os filmes indicados ao Oscar 2009, o que tem o tema mais cotidiano é Foi Apenas um Sonho (Revolutionary Road), de Richard Yates. Enquanto acompanha um verão na vida do casal aparentemente perfeito April e Frank Wheeler, o narrador relata a tentativa de fuga da vida suburbana que os oprime e na qual eles não têm muita certeza de como foram parar. Em um texto denso e lento, Yates mostra de forma cruel e acurada uma parte da vida burguesa da classe média norte-americana no fim dos anos 1950. O livro é considerado por gente como Kurt Vonnegut como um dos melhores de sua geração. Já o filme de Sam Mendes não teve tanta sorte e ficou sem nenhum dos três prêmios a que concorreu.

Também receberam indicações dois filmes baseados em peças de teatro, mas ao que parece sucesso nos palcos não significa prêmio no bolso. Frost/Nixon, baseada na peça homônima escrita por Peter Morgan, e Dúvida (Doubt), de John Patrick Shanley, tinham cinco chances cada, mas não levaram nenhum.

Por fim, vale mencionar que neste ano diversos filmes inspirados em quadrinhos receberam a atenção da Academia. O mais notável é Batman – O Cavaleiro das Trevas, que já alçou o status de cult, em grande parte pela participação do ator australiano Heath Ledger, que morreu pouco tempo depois de completar as filmagens. Sua interpretação do Coringa rendeu um Oscar póstumo, coisa rara em Hollywood.

Além do Homem-Morcego, outros heróis de HQ foram parar no cinema: Homem de Ferro recebeu duas indicações a prêmios técnicos e Hellboy II, uma só. Procurado, adaptação da minissérie de Mark Millar com Angelina Jolie e Morgan Freeman, também recebeu duas indicações, mas ficou sem as estatuetas.


CONCLUSÃO


Como podemos ver, a literatura está cada vez mais presente no cinema e tem se mostrado uma rica fonte para grandes longas. A maioria dos filmes indicados ao Oscar 2009 foram tirados de livros que às vezes nem foram lidos mas no cinema fizeram um grande sucesso. De certa forma o cinema ajuda a mostrar como histórias que nos livros parecem tão sem graça, na verdade são muito boas e interessantes.


Grupo: Kamilla, Jéssica Elisa, Juana e Renata

MUNDO ATUAL


Inovação, Globalização e as Novas Políticas de
Desenvolvimento Industrial e Tecnológico
A realização do projeto de pesquisa Globalização e Inovação Localizada: Experiências de
Sistemas Locais no Âmbito do Mercosul e Proposições de Políticas de C&T originou-se da
necessidade de investigar em detalhe um conjunto de questões interrelacionadas as quais têm despertado interesse tanto no âmbito acadêmico quanto no âmbito político-institucional. A análise de tais questões, apesar de partir de alguns pressupostos relativamente consensuais, muitas vezes desdobra-se em conclusões diametralmente opostas.

A primeira conclusão consensual diz respeito ao reconhecimento que o cenário mundial sofreu
significativas transformações na década dos 80, envolvendo aspectos e dimensões políticas, tecnológicas, organizacionais, informacionais, comerciais e financeiras, institucionais, culturais, sociais, etc. que se relacionam de maneira dinâmica. A segunda refere-se à identificação da aceleração dos processos de liberalização econômica, (r)evolução tecnológica, assim como da crescente competição e globalização como manifestações mais visíveis de tais transformações ao nível da economia mundial.

Um terceiro argumento consensual correlato relaciona-se ao reconhecimento que as transformações associadas à conformação da nova ordem mundial implicam em importantes readaptações e reestruturações, as quais afetam, dentre outros:

· a hierarquia política e econômica de diferentes segmentos dentro das sociedades nacionais, assim como
dessas diferentes sociedades no cenário mundial;
· as várias atividades e setores produtivos (destacando-se principalmente o maior dinamismo relativo do setor de serviços e das atividades intensivas em informação);
· as diversas instituições (particularmente em seus papéis, formas de organização, atuação e de
articulação), a começar por empresas de todo o tipo, centros de ensino e treinamento, pesquisa e
desenvolvimento, até o próprio Estado e seus diversos órgãos e instâncias; assim como,
· os próprios indivíduos.

Nesta discussão destacaríamos a importância das contribuições daqueles autores que vêm chamando a atenção (i) não apenas para tais readaptações em seus particulares, mas também para a emergência de um novo padrão de evolução capitalista no qual as mesmas se incluem;2 e, portanto, (ii) para a necessidade de entender as atuais transformações como elementos articulados que respondem a uma lógica interna comum.

Dentro deste conjunto mais amplo de aspectos, emergem dois de relevância central para nosso
projeto. O primeiro refere-se ao reconhecimento também relativamente consensual de que, como reflexo das importantes mudanças vividas nas duas últimas décadas, formulam-se novas exigências de políticas para o desenvolvimento industrial e inovativo, assim como estão sendo revistas as próprias concepções de Estadonação e formas de intervenção. Atrelada a essa conclusão encontram-se desdobramentos que, longe de consensuais, vêm sendo alvo de debates, assim como de investigações teórico-conceituais e empíricas, tanto em países avançados quanto nos menos avançados. Por um lado, argumenta-se que - como decorrência de tais mudanças e particularmente da aceleração do processo de globalização - os espaços dos projetos e políticas nacionais ficariam reduzidos, ou mesmo anulados. De outro lado diametralmente oposto, vem se defendendo a tese que uma das razões para estar -se retardando a saída da crise de adaptação provocada pelas referidas transformações refere-se exatamente à demora em conhecer melhor suas especificidades e traçar políticas visando sua superação.

(trab: samuel , douglas)