2014

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sexta-feira, 6 de março de 2009

BOTOU UM BLOG NO AR E SAIU POR AÍ


No início são os verbos. De uma hora para outra, você se pega descrevendo ações que ainda não estão registradas no Aurélio. "Postar", por exemplo. O primeiro "eu já postei hoje" a gente nunca esquece. (...)
Blog é só um jeito muito, muito, muito simples que inventaram para que qualquer um possa ter uma página viva na internet. O que você faz com a sua "página viva" é problema seu - você pode desde contar sobre seus ficantes, como fazem tantas pré-adolescentes pós-patricinhas, até influir nas sessões da CPI do Mensalão, como faz o Ricardo Noblat. Blogs têm mil e uma utilidades.
Transformam escritores de gaveta em escritores de gaveta aberta. Fazem com que solitários se viciem em acompanhar os desdobramentos da vida alheia - melhor do que reality show, só mesmo um reality show que só você sabe onde ver. Um blog funciona como um bicho de estimação virtual: uma versão evoluída do tamagochi, que obriga você a queimar a mufa para produzir (ou trazer) alguma coisa que valha a pena ser vista.
Falando nisso, sabe essas pessoas que inundam diariamente as caixas postais dos outros com um tsunami de textos catados na internet? Pois deveriam criar um blog e tacar tudo lá. Pronto. Quem gosta poderia entrar e comentar. E quem não gosta não ficaria de saco cheio à toa. (...)
Você nem precisa sair contando por aí que criou um blog. Eu, por exemplo, consegui me agüentar por nove meses, dez dias, 17 horas e 25 minutos sem contar para você que sim, eu também blogo, nos momentos que antigamente eram chamados de horas vagas (lembra? um dia já houve horas vagas).
Meu blog (anote o endereço: http://viajenaviagem.zip.net ) é especializado no assunto de que eu mais gosto, viagem. Ou, como já definiu um amigo meu, uma maneira estúpida que eu arranjei de transformar férias em trabalho. (...)

(Ricardo Freire, publicado na coluna "Xongas" da Revista Época)

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