2014

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domingo, 15 de março de 2009

Cinema e Nazismo – parceria nefasta

2. A criação entre parênteses

A partir de 1933, os nazistas no poder controlam
de perto a produção cinematográfica
alemã. Numerosos técnicos, atores e produtores
fogem das perseguições raciais e políticas
e vão enriquecer os outros cinemas europeus
e o próprio cinema americano. O cinema
do III Reich cultiva filmes de gênero.
A propaganda, grande arma da comunicação
nazista, surge no filme histórico, na glória
dos heróis da germanidade. A cineasta mais
notável do regime é Leni Rienfensthal, que
torna magnânimas as cerimônias nazistas nas
obras O Triunfo da vontade (1934) e Os deuses
do estádio (1938).

Em uma guerra, as batalhas não ocorrem
apenas nos campos e nas trincheiras, mas
se estendem muitas vezes para a mídia e,
em nosso caso, para o cinema. Este não fi-
cou imaculado: o cinema foi usado como
poderosa arma desde sua invenção. Logo
na I Guerra Mundial, o cinema já tinha seu
uso bélico, porém, bastante discreto. As fi-
tas de propaganda que circularam no período
eram poucas e quase que somente americanas,
pelo fato de os Estados Unidos terem
desenvolvido, já naquela época, um cinema
mais industrializado do que os demais.
Em resumo, podemos dizer que os filmes
de propaganda contemporâneos à Guerra de
1914 não têm a sutileza, a complexidade e
a efetividade que teriam os produzidos durante
a Segunda Guerra Mundial, mais cruel
e mais ideológica. Por isso, vamos limitar,

(trecho do artigo de Adriano Messias de Oliveira_
_Graduado em Letras e Jornalismo, Mestre em
Comunicação Social com ênfase em Cinema pela
UFMG. Professor universitário e pesquisador em São
Paulo.)

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